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Ansiedade: como isso pode afetar a vida da criança e do adolescente

De acordo com a OMS, 9,3% da população brasileira sofre com ansiedade; saiba como isso pode interferir na vida da criança e do adolescente

A ansiedade corresponde a um sentimento de tensão, medo e preocupação inerentes ao ser humano e, até certo ponto, considerada normal. A partir do momento em que esse sentimento passa a ser excessivo, a ansiedade pode se tornar uma doença psicológica, comumente conhecida como um transtorno de ansiedade. Quando o medo e a preocupação se tornam constantes, esse sentimento passa a ser algo perturbador e chega a limitar a pessoa, atrapalhando até mesmo as suas atividades cotidianas.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apresentados em 2017, os distúrbios referentes à ansiedade já atingem 9,3% da população brasileira. Isso corresponde a 18.657.943 de pessoas. Ainda, de acordo com uma pesquisa realizada pelo professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Fernando R. Asbahr, 10% de todas as crianças e adolescentes terão problemas com algum tipo de transtorno de ansiedade.

Mas, o que é um tipo de ansiedade? Bom, o transtorno apresenta variados tipos de ansiedade que se desenvolvem de diversas maneiras. Entre os tipos, é possível destacar os seguintes:

- Transtorno de ansiedade generalizada: tipo de ansiedade de alta intensidade que prejudica a vida cotidiana. Geralmente, interfere na atenção, no sono, causa exaustão e desconforto físico.

- Fobia social: é a preocupação excessiva em participar de eventos sociais ou apresentações. Esse tipo de ansiedade pode se desenvolver na infância e causar prejuízos nas relações tanto pessoais como profissionais.

- Fobia simples: relacionada ao medo de algo específico, como sangue, animais, altura etc.

- Síndrome do pânico: crise de ansiedade que possui curta duração. Pouco comum entre crianças e adolescentes, pode causar tremores e taquicardia, por exemplo.

- Transtorno de ansiedade por separação: esse é um transtorno recorrente em crianças pequenas, quando é separada dos pais ou familiares que sejam próximos. Pode causar grande medo e sofrimento ao pequeno, assim como náuseas e palpitação.

- Estresse pós-traumático: corresponde à recordação de algum acontecimento traumático que apresentou grande impacto na vida da pessoa. Pesadelos e flashbacks são comuns nesse tipo de ansiedade.

- Agorafobia: se desenvolve especificamente na adolescência, principalmente para quem já possui a síndrome do pânico. É caracterizada pelo medo de situações ou lugares que possam gerar constrangimento.

- Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): esse tipo de ansiedade corresponde a medos irracionais ou pensamentos obsessivos. Algumas pensamentos e atividades cotidianas se tornam repetitivos e podem interferir na qualidade de vida.  

- Mutismo seletivo: extremamente comum em crianças, se refere à dificuldade de se expressar em algumas situações, o que acaba fazendo com que o pequeno deixe de participar de atividades sociais.

Em crianças na primeira fase da vida, o transtorno de ansiedade por separação é o mais recorrente. A ansiedade generalizada, a fobia simples e social e o pânico começam a se desenvolverem na sequência. Entretanto, o quadro clínico varia de criança para criança.

Já em crianças maiores, a ansiedade se desenvolve pelo medo de agressões ou morte, que são os mais comuns. Adolescentes, geralmente, ficam mais ansiosos quando precisam fazer alguma apresentação aos colegas.

As causas da ansiedade

As causas da ansiedade em crianças e adolescentes envolvem diversos fatores biológicos, ambientais e também emocionais. Destacamos aqui algumas das principais causas do desenvolvimento da ansiedade nessas fases da vida:

- Causa hereditária, relacionada à genética que é passada de geração em geração;

- A aprendizagem no meio em que vive, caracterizada como um fator ambiental. Aqui, a criança aprende as reações observando os pais e parentes. Há a questão do bullying, indisciplina, agressão ou construção familiar desestruturada, que prejudica a interação social;

- O estilo de educação da criança, tanto protetora demais como crítica demais, o que acaba gerando mais pressão;

- Pais indisponíveis, alteração financeira, rejeição ou nascimento de um irmão;

- Situações traumáticas;

- Episódios de estresse, como separação dos pais;

- Má concepção do que sente e da vivência.

Os principais sintomas, causas e tratamento

A ansiedade infantil pode apresentar sintomas emocionais, físicos, comportamentais e relacionados ao pensamento. Tristeza, medo, culpa, preocupação e alterações de humor são alguns dos principais sintomas emocionais que podem ser apresentados na criança e no adolescente.

Como sintomas comportamentais, temos as crises de choro, falta de concentração, isolamento e desânimo em realizar as atividades que antes eram corriqueiras. A agitação, dores no corpo, músculos tensos, tonturas e insônia, são alguns sinais físicos que a ansiedade pode apresentar. O pessimismo, a falta de confiança, a baixa auto-estima e a autocrítica se caracterizam como sintomas relacionados ao pensamento.

Quando os seus sintomas não são tratados adequadamente ou não são percebidos, o transtorno pode trazer consequências graves à criança e ao adolescente. Depressão, fobia, baixa auto-estima e isolamento são alguns dos efeitos que a ansiedade pode causar.

Para o tratamento do transtorno, os fármacos (medicamentos) atuam basicamente em seus sintomas. Entretanto, para muitos dos distúrbios de ansiedade, o acompanhamento psicológico encontra-se como uma opção assertiva. Cabe aos pais procurarem ajuda profissional para identificar o melhor tratamento.

Diante disso, estar atento às ações do seu filho ou filha tem papel indispensável para identificar o transtorno e buscar a melhor solução para que o problema não se desenvolva para situações mais graves.

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